Por Rodrigo Bravin
Sábado, 31 de maio de 2014
Historicamente, o espaço destinado ás mulheres quando se tratava de trabalho muitas vezes foi o ambiente doméstico. Neste local elas cuidavam da casa, dos filhos e também do esposo, de forma compulsória. Com a Revolução Industrial iniciada no século XVIII os trabalhadores são expropriados dos seus meios de produção e passam agora a vender seus corpos como força de trabalho em troca de salário. O capitalismo se consolida enquanto sistema econômico cuja finalidade é aumentar cada vez mais a taxa de lucro e as primeiras máquinas são inseridas no processo produtivo.
Abrem-se possibilidades de ganhos cada vez maiores para os capitalistas já que o trabalhador começa a ocupar posição secundária no chão da fábrica e sua tarefa agora é apenas operar máquinas, algo que qualquer um pode fazer, sem a necessidade de grande força muscular.
Nesse cenário, mulheres e crianças são incorporadas à produção e utilizadas para rebaixar o trabalho masculino. Com a proibição do trabalho infantil (ao menos na lei), os capitalistas estimulam de forma intensa a competição entre homens e mulheres explorando-os e os obrigando a sobreviver com salários cada vez mais baixos, especialmente os pagos para elas.
Ao mesmo tempo em que a inclusão feminina no mundo do trabalho pode ser considerada uma emancipação da escravidão doméstica, também pode ser pensada como exploração da força de trabalho pelas condições degradantes.
Emancipação e precarização
A inserção das mulheres no mundo do trabalho pode ser encarada como emancipação e conquista por que elas quase sempre tiveram como espaço de atuação o ambiente doméstico, sendo obrigadas a cuidar da casa e dos filhos como legítimas escravas da família. O trabalho doméstico ainda hoje não é reconhecido pela maioria das pessoas que o imaginam como obrigação natural da mulher e se libertar dessa realidade é uma conquista, porém parcial.
Por outro lado, entrar no mercado de trabalho para as mulheres é também uma forma de precarização acentuada em virtude da sua inserção ocorrer majoritariamente em áreas onde estão grande parte dos empregos precários e vulneráveis como é o caso das vagas em tempo parcial. Outra questão é em relação aos salários pagos que são menores para as mulheres e maiores para os homens mesmo ambos realizando funções parecidas. Pior ainda é a condição das mulheres negras que recebem salários ainda menores realizando tarefas parecidas com as que uma mulher branca executa.
Essa realidade demonstra que o capitalismo não contribui para emancipação feminina, pois precisa delas tanto no espaço produtivo, pagando salários menores, quanto no espaço reprodutivo para reproduzir novas gerações de trabalhadores, subordinando-as em ambos os casos.
REFERÊNCIAS
NOGUEIRA, Claudia Mazzei. A feminização do mundo do trabalho: entre a emancipação e a precarização. Campinas – SP. Autores associados, 2004.
BRASIL. Divisão sexual do trabalho e conciliação trabalho-família. Disponível em: http://www.gppgr.neaad.ufes.br/file.php/133/Modulo2/mod2 unidade3_tex to8.pdf. Acesso em 14 de maio de 2014.
REFERÊNCIAS
NOGUEIRA, Claudia Mazzei. A feminização do mundo do trabalho: entre a emancipação e a precarização. Campinas – SP. Autores associados, 2004.
BRASIL. Divisão sexual do trabalho e conciliação trabalho-família. Disponível em: http://www.gppgr.neaad.ufes.br/file.php/133/Modulo2/mod2 unidade3_tex to8.pdf