sexta-feira, 30 de maio de 2014

Análise do filme Eternamente Pagu (Norma Bengell)

Por Maria da Glória de Souza
Quinta-feira, 24 de abril de 2014

Patrícia Galvão, a Pagú (1910 a 1962), além de enveredar pelo mundo literário tornou-se uma ativista política, em um dos períodos mais conturbados da história do Brasil, onde as lutas por causas libertárias e por justiça eram tópicos inseparáveis das discussões feministas. Nessa época, as mulheres não usavam minissaia, nem calça comprida e não fumavam. Constatação bem clara numa cena que Pagu aparece com a irmã Cibele e rodeada de um grupo de homens, um lhe questiona sobre o uso da calça e o fato de fumar, insinuando que essas atitudes eram coisas de mulheres de vida fácil. Não podemos deixar de lembrar a pílula anticoncepcional e o feminismo.

Pagu esteve ligada ao âmbito literário, mas o espaço que a consagrou na sociedade foi resultado do seu comportamento e de suas opiniões, que diferiam da moral e dos bons costumes daquela época. Também por enveredar pela política, se tornando militante e assim se distanciando de uma vida estável em família, se firmando em um terreno que poucas mulheres se estabeleciam.

Sua luta foi contra a opressão masculina e se tornou uma vitória feminina de luta e libertação. Essa vitória ocorreu no campo político, suas convicções e a militância a aproximaram do mundo feminino como mediadora no sentido de sensibilizar as mulheres de sua relevância na luta política, pois defendia a transformação social, denunciando a vida operária e contribuindo para melhorar a situação das mulheres, pois acreditava que as reivindicações das mulheres deveriam estar vinculadas à transformação da sociedade e buscava também a mudança social direcionada a discussão de classe social e não de gênero.

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