Por Maria da Glória de Souza
Quinta-feira, 24 de abril de 2014
Quinta-feira, 24 de abril de 2014
Patrícia Galvão, a
Pagú (1910 a 1962), além de enveredar pelo mundo literário tornou-se uma
ativista política, em um dos períodos mais conturbados da história do Brasil,
onde as lutas por causas libertárias e por justiça eram tópicos inseparáveis
das discussões feministas. Nessa época, as mulheres não usavam minissaia, nem
calça comprida e não fumavam. Constatação bem clara numa cena que Pagu aparece
com a irmã Cibele e rodeada de um grupo de homens, um lhe questiona sobre o uso
da calça e o fato de fumar, insinuando que essas atitudes eram coisas de
mulheres de vida fácil. Não podemos deixar de lembrar a pílula anticoncepcional
e o feminismo.
Pagu esteve ligada ao
âmbito literário, mas o espaço que a consagrou na sociedade foi resultado do
seu comportamento e de suas opiniões, que diferiam da moral e dos bons costumes
daquela época. Também por enveredar pela política, se tornando militante e
assim se distanciando de uma vida estável em família, se firmando em um terreno
que poucas mulheres se estabeleciam.
Sua luta foi contra a
opressão masculina e se tornou uma vitória feminina de luta e libertação. Essa
vitória ocorreu no campo político, suas convicções e a militância a aproximaram
do mundo feminino como mediadora no sentido de sensibilizar as mulheres de sua
relevância na luta política, pois defendia a transformação social, denunciando
a vida operária e contribuindo para melhorar a situação das mulheres, pois
acreditava que as reivindicações das mulheres deveriam estar vinculadas à
transformação da sociedade e buscava também a mudança social direcionada a
discussão de classe social e não de gênero.
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