sexta-feira, 30 de maio de 2014

Conquistas femininas no Brasil

Por Rosângela Surlo Gomes Ramos
Sábado, 24 de abril de 2014

Dentre as conquistas femininas no Brasil, consideradas importantes para igualdade entre os sexos, podemos destacar, a Fundação do Partido Republicano Feminino, criada em 1910 por mulheres inconformadas com a não aprovação do voto feminino pela Constituinte de 1891, “na qual a mulher não foi citada porque simplesmente não existia na cabeça dos constituintes como um indivíduo dotado de direitos”. O Partido Republicano Feminino representou uma ruptura.

(...) muito significativa estratégiadas mulheres não-detentoras de direitos políticos de criar um partido e, dessa forma, se colocarem em uma arena onde suas manifestações eram consideradas ilegítimas por não serem cidadãs dotadas de direitos. As fundadoras do partido poderiam ter criado um clube ou uma associação, mas preferiram organizar um partido, tomando assim uma posição clara em relação ao objetivo de sua luta, isto é, se tornarem representantes dos interesses das mulheres na esfera política.

O estatuto do partido não defendia apenas o direito ao voto, mas pugnava pela emancipação da mulher brasileira, e a extinção de toda e qualquer exploração relativa ao sexo.

O partido Republicano Feminino desapareceu nos últimos anos da década de 1910. Mas foi extremamente importante para conquista das mulheres.

Outra conquista importante ocorreu em 1932 quando o novo código Eleitoral no Brasil incluiu a mulher como detentora do direito de votar e de ser votada. Esse fato teve grande significância, pois a mulher, pode se manifestar politicamente, mesmo que de uma forma modesta, mas consideravelmente, foi um marco na história feminista no Brasil.

Ambos os fatos citados acima, foram imprescindíveis para que tivéssemos nossos direitos garantidos, tanto na vida política, quanto na vida profissional, familiar etc... à partir dessas conquistas, ecoou o grito feminino pela liberdade, e pela igualdade de direitos, que outrora não existia.

Porém, mesmo após varias lutas e conquistas femininas, ainda hoje continuamos nessa luta, pois o machismo e sexismo reinam em nossa sociedade. A violência contra mulher apresenta-se de forma física, sexual, psicológica e financeira, porém a expressão máxima de violência contra a mulher é o óbito.Segundo levantamento do IPEA:

“Os parceiros íntimos são os principais assassinos de mulheres. Aproximadamente 40% de todos os homicídios de mulheres no mundo são cometidos por um parceiro intimo. Em contraste, essa proporção é próxima a 6% entre os homens assassinados. Ou seja, a proporção de mulheres assassinadas por parceiro é 6,6 vezes maior do que a proporção de homens assassinados por parceira.
No Brasil, no período de 2001 a 2011, estima-se que ocorreram mais de 50 mil feminicídios, o que equivale a, aproximadamente, 5.000 mortes por ano. Acredita-se que grande parte destes óbitos foram decorrentes de violência doméstica e familiar contra a mulher, uma vez que aproximadamente um terço deles tiveram o domicílio como local de ocorrência.”

Infelizmente, “a posição do homem como portador do direito de vida ou morte sobre aqueles sob o seu teto, tem raízes na casa-grande escravocrata”, e esse machismo continua enraizado em nossa sociedade, as estatísticas comprovam isso. Por isso, muito ainda precisamos fazer, para alcançarmos nossos direitos de igualdade e principalmente, nosso direito a vida.

REFERÊNCIA


PINTO, CÉLI REGINA JARDIM, Uma história do feminismo no Brasil, São Paulo, 2003. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/130925_sum_estudo_feminicidio_leilagarcia.pdf>. Acessado em 20 abr. 2014.

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