Por Rosângela Surlo Gomes Ramos
Sábado, 24 de abril de 2014
Dentre as conquistas
femininas no Brasil, consideradas importantes para igualdade entre os sexos,
podemos destacar, a Fundação do Partido Republicano Feminino, criada em 1910 por
mulheres inconformadas com a não aprovação do voto feminino pela Constituinte de
1891, “na qual a mulher não foi citada porque simplesmente não existia na
cabeça dos constituintes como um indivíduo dotado de direitos”. O Partido
Republicano Feminino representou uma ruptura.
(...)
muito significativa estratégiadas mulheres não-detentoras de direitos políticos
de criar um partido e, dessa forma, se colocarem em uma arena onde suas
manifestações eram consideradas ilegítimas por não serem cidadãs dotadas de
direitos. As fundadoras do partido poderiam ter criado um clube ou uma
associação, mas preferiram organizar um partido, tomando assim uma posição
clara em relação ao objetivo de sua luta, isto é, se tornarem representantes
dos interesses das mulheres na esfera política.
O estatuto do partido
não defendia apenas o direito ao voto, mas pugnava pela emancipação da mulher
brasileira, e a extinção de toda e qualquer exploração relativa ao sexo.
O partido Republicano
Feminino desapareceu nos últimos anos da década de 1910. Mas foi extremamente
importante para conquista das mulheres.
Outra conquista
importante ocorreu em 1932 quando o novo código Eleitoral no Brasil incluiu a
mulher como detentora do direito de votar e de ser votada. Esse fato teve
grande significância, pois a mulher, pode se manifestar politicamente, mesmo
que de uma forma modesta, mas consideravelmente, foi um marco na história
feminista no Brasil.
Ambos os fatos
citados acima, foram imprescindíveis para que tivéssemos nossos direitos
garantidos, tanto na vida política, quanto na vida profissional, familiar
etc... à partir dessas conquistas, ecoou o grito feminino pela liberdade, e
pela igualdade de direitos, que outrora não existia.
Porém, mesmo após
varias lutas e conquistas femininas, ainda hoje continuamos nessa luta, pois o
machismo e sexismo reinam em nossa sociedade. A violência contra mulher apresenta-se de
forma física, sexual, psicológica e financeira, porém a expressão máxima de
violência contra a mulher é o óbito.Segundo levantamento do IPEA:
“Os
parceiros íntimos são os principais assassinos de mulheres. Aproximadamente 40%
de todos os homicídios de mulheres no mundo são cometidos por um parceiro
intimo. Em contraste, essa proporção é próxima a 6% entre os homens
assassinados. Ou seja, a proporção de mulheres assassinadas por parceiro é 6,6
vezes maior do que a proporção de homens assassinados por parceira.
No Brasil, no período
de 2001 a 2011, estima-se que ocorreram mais de 50 mil feminicídios, o que
equivale a, aproximadamente, 5.000 mortes por ano. Acredita-se que grande parte
destes óbitos foram decorrentes de violência doméstica e familiar contra a
mulher, uma vez que aproximadamente um terço deles tiveram o domicílio como
local de ocorrência.”
Infelizmente, “a
posição do homem como portador do direito de vida ou morte sobre aqueles sob o
seu teto, tem raízes na casa-grande escravocrata”, e esse machismo continua
enraizado em nossa sociedade, as estatísticas comprovam isso. Por isso, muito
ainda precisamos fazer, para alcançarmos nossos direitos de igualdade e
principalmente, nosso direito a vida.
PINTO,
CÉLI REGINA JARDIM, Uma história do feminismo no Brasil, São Paulo, 2003. Disponível
em: <http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/130925_sum_estudo_feminicidio_leilagarcia.pdf>. Acessado
em 20 abr. 2014.
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