sexta-feira, 30 de maio de 2014

O Poder na Sociedade Falocrática Ocidental

Por Patrícia Veronesi Batista
Sábado, 3 de maio de 2014

O conceito de gênero ao atentar-se para os papéis e expectativas comportamentais historicamente tidos como adequados aos indivíduos femininos e masculinos, acaba por apontar para as relações hierárquicas de poder que estruturam as relações entre homens e mulheres, nos possibilitando analisar como tais processos resultam no estabelecimento de diferenças de valor e delimitação de espaços de atuação.

Trata-se de um processo ativo, ou seja, de um processo que se deve tanto à nação humana como aos condicionamentos. Os condicionamentos econômicos, sociais, políticos e culturais determinam os níveis de consciência de gênero, possíveis em determinado momento na história. (THOMPSON, 1987, p. 9).

Nossa sociedade é marcada pela hegemonia do poder patriarcal, em que a mulher desde a idade média é identificada com papel submisso, condição esta ratificada e disseminada pela Igreja Católica e por movimentos científicos ao longo da história, conferindo ao homem posição de maior domínio que a mulher, no que tange ao seu corpo, sexualidade, reprodução, atuação pública e privada, conferindo a este modelo de sociedade um caráter essencialmente falocrata.

Tal arranjo social, acabou por resultar em um arcabouço de comportamentos sociais naturalizados, tidos como inerentes ao homem e à mulher, mantendo-se intactos e inquestionáveis até o surgimento dos movimentos feministas, que lutam até a atualidade para desvendar (no sentido próprio da palavra) essas concepções tradicionais, conservadoras, que perpassam gerações asseguradas pela vantagem em se manter essa estrutura que promove e impõe a superioridade do homem em relação à mulher.


REFERÊNCIA
THOMPSON, E. P. Formação da classe operária inglesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. 3 volumes.

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