Por Patrícia
Veronesi Batista
Sábado, 3 de
maio de 2014
O conceito de gênero ao atentar-se
para os papéis e expectativas comportamentais historicamente tidos como
adequados aos indivíduos femininos e masculinos, acaba por apontar para as
relações hierárquicas de poder que estruturam as relações entre homens e mulheres,
nos possibilitando analisar como tais processos resultam no estabelecimento de
diferenças de valor e delimitação de espaços de atuação.
Trata-se de um processo ativo, ou seja, de um processo que
se deve tanto à nação humana como aos condicionamentos. Os condicionamentos
econômicos, sociais, políticos e culturais determinam os níveis de consciência
de gênero, possíveis em determinado momento na história. (THOMPSON, 1987, p. 9).
Nossa sociedade é marcada pela
hegemonia do poder patriarcal, em que a mulher desde a idade média é
identificada com papel submisso, condição esta ratificada e disseminada pela
Igreja Católica e por movimentos científicos ao longo da história, conferindo
ao homem posição de maior domínio que a mulher, no que tange ao seu corpo,
sexualidade, reprodução, atuação pública e privada, conferindo a este modelo de
sociedade um caráter essencialmente falocrata.
Tal arranjo social, acabou por
resultar em um arcabouço de comportamentos sociais naturalizados, tidos como
inerentes ao homem e à mulher, mantendo-se intactos e inquestionáveis até o
surgimento dos movimentos feministas, que lutam até a atualidade para desvendar
(no sentido próprio da palavra) essas concepções tradicionais, conservadoras,
que perpassam gerações asseguradas pela vantagem em se manter essa estrutura
que promove e impõe a superioridade do homem em relação à mulher.
REFERÊNCIA
THOMPSON, E. P. Formação da classe
operária inglesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. 3 volumes.
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