quarta-feira, 7 de maio de 2014

Políticas Universalistas, Focalizadas e a Justiça Social

Por Rodrigo Bravin
Sábado, 12 de abril de 2014

A principal realidade quando se pensa no Brasil é a desigualdade. De qualquer ângulo é possível perceber que existe em nosso país diversos problemas/entraves que impedem o efetivo acesso de toda a população aos direitos de cidadania, embora nossa constituição federal seja reconhecida como cidadã.
As políticas universalistas têm como fundamento a igualdade entre todas as pessoas e sua premissa é atender todos (as) brasileiros (as) sem distinção alguma. Devemos reconhecer que estas políticas aumentaram o nível de renda e o acesso a serviços de grande parte da população, porém não foram capazes de superar o abismo racial e de gênero existente no país.
Um exemplo é a política pública de ensino superior que em sua formulação oferece vagas em universidades federais, estaduais, municipais e centros tecnológicos para todos (as) brasileiros (as). Porém, quando se analisa indicadores sobre o acesso a essas vagas fica visível a dificuldade que negros (as) e indígenas têm para se apropriar desse direito.
As políticas focalizadas têm como foco de ação grupos socialmente excluído como negros (as), indígenas, mulheres, etc. Elas datam da década de 80, a partir dos estudos dedicados aos movimentos sociais que começaram, com sua luta, a dar visibilidade a novos atores que reivindicavam atendimento às suas necessidades básicas. Outra situação que motivou a defesa de políticas focalizadas foram os indicadores sociais que mostravam a insuficiência das políticas sociais universalistas em atender a toda a população brasileira sem recortes.
As cotas raciais em universidades são um bom exemplo de política social afirmativa, pois possibilita o ingresso de negros (as) e indígenas no ensino superior. Mesmo assim, vale destacar que não houve uma efetiva melhoria na qualidade da educação básica para que num futuro próximo não precisemos de cotas. Essa situação acaba tornando a ação governamental paliativa.
A melhoria dos indicadores sociais do Brasil não pode ser direcionada apenas às políticas sociais sejam elas com recortes ou não, pois é preciso pensar que modelo de estado desejamos e defendemos. É um erro pensar que somente as políticas universalistas podem garantir direitos sociais, assim como é um grande equívoco julgar as políticas públicas focalizadas como geradores de preconceito ou vitimização.
Os gestores públicos precisam considerar tanto os indicadores sociais existentes levando em considerações recortes de gênero e raça, bem como, as demandas que são reivindicadas cotidianamente pelos movimentos sociais para que com isso, combine políticas sociais universalistas com as focalizadas dependendo do público que se deseja alcançar.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Políticas universalistas e justiça social. http://www.gppgr.neaad.ufes.br/file.php/129/Modulo1/mod1_unidade3_texto1.pdf>. Acesso em 12 de abril de 2014.
BRASIL. Definindo políticas afirmativas: entre o reconhecimento e a redistribuição em contextos locais e globais. http://www.gppgr.neaad.ufes.br/file.php/129/Modulo1/mod1_unidade3_texto2.pdf>. Acesso em 12 de abril de 2014.

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