segunda-feira, 14 de julho de 2014

"Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma quando não na alma e no corpo, a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena ou do negro" (Gilberto Freyre, Casa grande e senzala)

Por Maria da Glória de Souza
Quinta-feira,  19 de junho de 2014

Presumo que a citação se relaciona com a influência que sofremos no passado e se perpetuou pelos dias atuais.  Muito dos nossos costumes tem origem ou sofreram influência indígena ou negra. O cuidado com o corpo, o vocabulário - herança da língua tupi, o gosto pelo milho, pelo caju, pelo aipim ou mandioca, os remédios caseiros feito de plantas e ervas, o gosto pela água, de se pentear, o cabelo brilhante pelo uso do óleo, são influências indígenas e a ternura, a religião, o jeito de falar, no canto que embala a criança, na comida – a famosa feijoada que não pode faltar na mesa dos brasileiros, o gosto pela música, as danças,tudo isso remete aos negros e principalmente, a facilidade de se conviver com a miséria. E ambos influenciaram na forma de trabalhar, de lidar com a terra, na pesca e na caça.

Em alguns Estados é perceptível a influência: na Bahia – onde o povo é alegre, festeiro, eloquente – remete-se ao negro e outros como o Piauí, a Paraíba e o Pernambuco – o povo é mais calado, influência indígena.

Mediante tudo isso, mesmo que a cor da pele ou o sobrenome designe outro povo, mesmo que não carregamos na alma, no corpo, mas o jeito, os gostos e as influências denunciam que temos traços que lembram negros ou índios, quiçá, os dois.


REFERÊNCIA
A cara do brasileiro –Superinteressante, disponível em: http://super.abril.com.br/cultura/cara-brasileiro-445905.shtml, acessado em 13 de junho de 2014.


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