"SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA:
DISCUTINDO O RACISMO NA ESCOLA!"
DISCUTINDO O RACISMO NA ESCOLA!"
Por Patrícia Veronesi Batista
Sexta-feira, 18 de julho de 2014
SALA 3 - Palestras, com as seguintes temáticas:
- As tradições e a história da cultura negra.
OBJETIVOS DA AÇÃO
- Discutir
as relações raciais no ambiente escolar.
- Promover
o respeito pelas várias etnias.
- Reconhecer
e valorizar a cultura africana e afro-descendente, como formadora da nossa
cultura.
JUSTIFICATIVA
De acordo com a Lei 11.645/08, o estudo da História
e Cultura Afro-Brasileira e Indígena na formação do povo brasileiro tornam-se
obrigatórios no currículo escolar. Essa lei passou a valer para todos os níveis
da educação básica com a instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais para
a Educação das Relações Étnico-Raciais.
Considerando que o Brasil é a segunda maior nação
negra do mundo e está entre os países mais preconceituosos, marcado por
manifestações veladas de racismo, faz-se necessário discutir a temática na
escola, lugar em que a diversidade étnico-racial ainda representa um tabu a ser
superado.
A escola é uma instituição social que reflete bem o
modelo de sociedade em que está inserida, pois nela identificamos práticas que
resultam em desigualdades sociais, raciais, culturais, econômicas e a reprodução
de modelos discriminatórios com os quais lidamos no dia a dia. Desta forma a
experiência de estudo, discussão e respeito à diversidade étnico-racial no
espaço escolar favorecerá mudanças sociais, e para tal, é necessário que
professores, gestores e funcionários da escola entendam o espaço escolar como
propulsor do exercício da cidadania, de democracia e de emancipação. Tal
movimento será possível com a constante reavaliação de valores, crenças e
princípios tidos como verdade, mas que em sua maioria fundamentam-se em
concepções racistas, sexistas, conservadoras e principalmente excludentes.
Jeruse Romão, em "Por uma educação que promova
a auto-estima da criança negra" (2001), destaca a importância da pesquisa
e do estudo por parte dos educadores no processo de construção de educação
anti-racista:
Ao olhar para alunos
que descendem de africanos, o professor comprometido com o combate ao racismo
deverá buscar conhecimentos sobre a história e cultura deste aluno e de seus
antecedentes. E ao fazê-lo, buscar compreender os preconceitos embutidos em sua
postura, linguagem e prática escolar; reestruturar seu envolvimento e se
comprometer com a perspectiva multicultural da educação (ROMÃO, 2001).
Paulo Freire também nos ensina que a visão do
educador deve respeitar o educando, ou seja, "ensinar exige reconhecimento
e assunção da identidade cultural". Dentro deste contexto, torna-se
urgente o reconhecimento de que há sim discriminação racial dentro e fora da
escola, ocorrendo ora de forma explícita (como nas piadinhas entre alunos), ora
de forma velada; que não é exclusiva aos afro-descendentes, sendo recorrente
entre outros grupos étnicos, raciais ou religiosos, e principalmente, que
precisamos fazer alguma coisa para minimizaras as diferenças sociais que resultam
dessas discriminações.
Com base nessas considerações, a temática racial
deve estar sempre presente na escola, no decorrer de todo o ano letivo, em
todas as disciplinas curriculares, e quando possível, destinar momentos
específicos para o debate coletivo do tema.
DESCRIÇÃO DA AÇÃO
Durante a semana em que comemora-se o Dia da
Consciência Negra (semana do dia 20 de novembro), a escola organiza-se para
discutir a temática racismo, oferecendo rodas de leitura, mesas redondas,
palestras, seções audiovisuais e exposições. Atividades essas, preparadas por
professores e profissionais da educação para os alunos, ou seja, a escola deve
movimentar estudiosos da área, autores de livros e profissionais da educação
para dirigirem cada atividade, sempre tendo o aluno como elemento principal das
ações a serem realizadas. Desta forma os alunos devem ser envolvidos nas
seguintes atividades/discussões propostas:
SALA 1 - Roda de leitura e discussão dos textos que abordem o racismo, como:
- "O Racismo", de Luís Fernando Veríssimo.
- Reportagens que tratem de manifestações preconceituosas na escola e fora dela.
SALA 2 - Mesas redondas, com as seguintes temáticas:
- Onde você guarda o seu racismo?
- Como e quando agir?
SALA 1 - Roda de leitura e discussão dos textos que abordem o racismo, como:
- "O Racismo", de Luís Fernando Veríssimo.
- Reportagens que tratem de manifestações preconceituosas na escola e fora dela.
SALA 2 - Mesas redondas, com as seguintes temáticas:
- Onde você guarda o seu racismo?
- Como e quando agir?
SALA 3 - Palestras, com as seguintes temáticas:
- As tradições e a história da cultura negra.
- A influência da cultura africana na sociedade
brasileira.
SALA 4 - Seções audiovisuais:
SALA 4 - Seções audiovisuais:
- Documentário “Vista a Minha Pele” (Joel Zito
Araújo & Dandara. Brasil, 2004).
- O Negro no Brasil - Caminhos da Reportagem (Reportagem:
Luciana Barreto Edição: Isabelle Gomes Produção: Vivian Carneiro e Laine
Fabrício. Brasil, 2011).
SALA 5 - Exposições, com as seguintes temáticas:
SALA 5 - Exposições, com as seguintes temáticas:
- Consciência Negra em Cartaz.
- Cultura afro.
Essas atividades estarão disponíveis aos alunos do
ensino fundamental e médio, nos cinco dias de comemoração, em uma espécie de
feira de atividades, cabendo ao aluno escolher as que pretende fazer primeiro,
tendo a oportunidade de no final da semana ter passado por todas as salas.
Tais atividades podem ser realizadas sempre após o
intervalo (recreio), dispensando duas horas diárias (duas apresentações de 1
hora em cada dia), totalizando dez horas semanais.
CRONOGRAMA
Para planejamento:
Um mês para planejamento das atividades, seleção de
material e convidados para ministrarem as atividades (palestras, mesas
redondas, todas de leituras, etc).
Para execução:
Uma semana, destinando duas hora por dia para a
participação dos alunos nas atividades descritas.
A seguir tabela com cronograma do
curso:
ATIVIDADES
|
OUT
|
NOV
SEG
(17/11/14)
|
NOV
TER
(18/11/14)
|
NOV
QUAR
(19/11/14)
|
NOV
QUI
(20/11/14)
|
NOV
SEX
(21/11/14)
|
PLANEJAMENTO
|
X
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SALA 1
Carga horária.: 2 h.
Duas apresentações de 1h.
|
X
|
X
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X
|
X
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X
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SALA 2
Carga horária.: 2 h.
Duas apresentações de 1h.
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X
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X
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X
|
X
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X
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SALA 3
Carga horária.: 2 h.
Duas apresentações de 1h.
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X
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X
|
X
|
X
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X
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SALA 4
Carga horária.: 2 h.
Duas apresentações de 1h.
|
X
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X
|
X
|
X
|
X
|
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SALA 5
Carga horária.: 2 h.
Duas apresentações de 1h.
|
X
|
X
|
X
|
X
|
X
|
Materiais: serão utilizados livros, reportagens, internet, documentários,
datashow, computador, quadro negro, etc.
POPULAÇÃO BENEFICIADA
Alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e
Médio "Alice Holzmeister", localizada no município de Santa
Leopoldina.
Segundo dados do Censo Escolar/INEP[1],
trata-se da única escola estadual do município[2],
está localizada em região urbana, no centro da cidade. Atende em especial o
público da sede, mas contempla boa parte dos alunos das comunidades próximas e
do interior.
O mesmo censo aponta que em 2013 foram feitas 206
matrículas para os anos iniciais do Ensino Fundamental (1ª a 4ª série ou 1º ao
5º ano), 304 matrículas para os anos finais do Ensino Fundamental (5ª a 8ª
série ou 6º ao 9º ano) e 249 matrículas para o Ensino Médio, não contemplando
Creche, Pré-escola, Educação de Jovens e Adultos, nem Educação Especial. Possui
68 funcionários, estrutura básica para funcionamento com internet, computadores
(31 para alunos e 7 para funcionários), salas de atendimento especial,
professores, diretoria, quadra de esporte, laboratório de ciências,
informática, cozinha, biblioteca e sanitários dentro da escola.
Trata-se de uma escola de pequeno porte se
compararmos com outras da grande vitória, mas na cidade é a principal escola,
apresentando público variado (moradores da sede e do interior), sendo
referência no acesso a educação e na infraestrutura.
REFERÊNCIAS
BRASIL (Ministério da Educação). Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Disponível
em: <http://www.qedu.org.br/escola/167249-eeefm-alice-holzmeister/censo-escolar>.
Acesso em: 30 maio 2014.
ROMÃO, Jeruse. Por uma educação que promova
a auto-estima da criança negra. Brasília, Ministério da Justiça, CEAP,
2001.
[1] BRASIL (Ministério da Educação). Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Disponível em:
.
Acesso em: 30 maio 2014.
[2] Vale ressaltar que tenho conhecimento da existência de outras
escolas sob os cuidados do Estado e do Município. Contudo, não obtive respostas
oficiais da Secretaria de Educação de Santa Leopoldina e optei por apresentar
dados do Censo Escolar/INEP 2013.
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