sexta-feira, 18 de julho de 2014

Movimento negro e movimento de mulheres negras: uma agenda contra o racismo

Por Rosângela Surlo Gomes Ramos
Quarta-feira, 9 de julho de 2014

Principais movimentos antirracistas negros 

Para reverter o quadro de marginalização do negro perante a sociedade, os libertos, ex-escravos e seus descendentes instituíram os movimentos de mobilização racial no Brasil, criando incialmente dezenas de grupos (grêmios, clubes ou associações) em alguns estados da nação.

Em São Paulo, apareceram o Club 13 de Maio dos Homens Pretos (1902), o Centro Literário dos Homens de Cor (1903), a Sociedade Propugnadora 13 de Maio (1906), o Centro Cultural Henrique Dias (1908), dentre muitas outras, e simultaneamente, apareceu o que se denominava imprensa negra: jornais publicados por negros e elaborados para tratar de suas questões. Para um dos principais dirigentes negros da época, José Correa Leite, “a comunidade negra tinha necessidade de uma imprensa alternativa”, que transmitisse informações que não se obtinha em outra parte. Os jornais negros assumiram um discurso crítico às formas de preconceito praticado na sociedade e, ao mesmo tempo, procuravam incutir nos/as  negros/as valores e crenças sociais compatíveis à integração desse segmento à ordem social e econômica burguesa. Esses jornais enfocavam as mais diversas mazelas que afetavam a população negra no âmbito do trabalho, da habitação, da educação e da saúde. Tornando-se uma tribuna privilegiada para se pensar em soluções concretas para o problema do racismo na sociedade brasileira.


Principais instrumentos e/ou estratégias utilizados por eles, para discutir o preconceito racial 

Uma das estratégias utilizadas para discutir o preconceito racial se deu através da imprensa negra, que representava um importante papel na divulgação, conscientização e discussão dos direitos do negro/a, e também através de construções de espaços próprios de sociabilidade, onde pudessem evitar constrangimentos de cunho social nos momentos de lazer e onde pudessem discutir situações de preconceito racial vivenciadas pelos membros desse grupo. Onde propiciava espaços de lazer, de estética, de profissionalização, de participação política. Ou seja, o propósito da organização era exatamente garantir a proteção social àqueles/as que estavam visivelmente desamparados/as, uma vez que o Estado ainda não dispunha de sistema amplo, universal e capaz de atender a todos/as cidadãos/ãs.


A participação das mulheres nestes movimentos

As mulheres negras não tinham apenas importância simbólica no movimento negro. Segundo depoimento do antigo ativista Francisco Lucrécio, elas “eram mais assíduas na luta em favor do negro, de forma que na frente [Negra] a maior parte eram mulheres. Era um contingente muito grande, eram elas que faziam todo o movimento.”

Segundo Lélia Gonzalez, que foi a intelectual negra que melhor expressou o contexto político da redemocratização, pois sintetizou uma corrente do pensamento político negro nas categorias elementares de raça, classe e sexo: “é a mulher negra anônima, sustentáculo econômico, afetivo e moral de sua família, aquela que desempenha o papel mais importante. Exatamente porque, com sua força e corajosa capacidade de luta pela sobrevivência, transmite as suas irmãs mais afortunadas, o ímpeto de não nos recusarmos à luta pelo nosso povo. Mas, sobretudo porque, como a dialética do senhor e do escravo de Hegel – apesar da pobreza, da solidão quanto a um companheiro, da aparente submissão, é ela a portadora da chama da libertação, justamente por que não tem nada a perder.” (Gonzalez: 1982:104).

A mulher negra sempre necessitou estar inserida na luta por melhores condições de existência, e isto se dava por diversas formas de organização, desde o período escravista, no pós-abolição e até os dias atuais, com organizações que nem sempre se acomodaram nos moldes formais, mas que sempre foram contestantes.

Para Araujo (2001), são motivadas pelo desejo de transformação da sua realidade que as mulheres negras aderiram aos movimentos feministas. Ao longo de sua trajetória, o feminismo criou tanto novos valores nas relações sociais como também muitos mitos de origem, entre eles o que se traduzia no paradigma de que todas as mulheres são iguais.
  
REFERÊNCIAS
Disponível em: http://www.fundaj.gov.br/geral/observanordeste/valdenice.pdf acessado em 07/07/2014.


O percurso do conceito de raça no campo de relações raciais no Brasil

Por Rosângela Surlo Gomes Ramos
Quinta-feira, 19 de junho de 2014

O preconceito no Brasil é racial ou de classe? Baseada nas leituras da Unidade 2 do módulo 3, é possível observar que alguns escritores se opõem ao escrever sobre esse tema.

Considerando que a maioria da população negra era constituída por pobres, resultava-se na simetria “negro/a = classe baixa/pobre”, algo que levava muitos/as pesquisadores, como por exemplo, Donald Pierson, a interpretar o preconceito que se praticava contra negros/as como sendo preconceito de classe. Mas para Oracy Nogueira, o que ocorria na verdade era uma discriminação racial com características bastante próprias da realidade brasileira: a distinção a partir da cor e dos traços, o que chamou de “preconceito de marca ou de cor”. Já o sociólogo Florestan Fernandes, conseguia fazer uma analise na qual equacionava ao mesmo tempo raça e classe. Dando os primeiros passos na desconstrução de democracia racial, ao apresenta-la como categoria desmistificadora das relações no Brasil.

O fato é que, em suma, os estudos da UNESCO apontaram que éramos (e somos!) um pais racista.  Considerando esse apontamento, o preconceito, quer seja racial ou de classe, precisam ser banidos da sociedade, pois não deve existir uma suposta superioridade de grupos dominadores em relação a grupos dominados.

A discriminação de cor e de gênero que incide sobre as mulheres negras no Brasil

Por Martha Miranda dos Santos
Segunda-feira,  30 de junho de 2014

Uma das maiores particularidades do racismo brasileiro é o modo como o preconceito se esconde sob a máscara de um país racialmente democrático. Com a justificativa de que o Brasil não enxerga cor e que é composto por pessoas miscigenadas, os negros e especialmente a mulher negra continuam sofrendo com as desvantagens de um sistema injusto e racista.

Do período da escravidão até os dias atuais, a mulher negra ainda continua vivendo o processo da discriminação tanto de gênero como de raça.  Na escravatura, amulher negra escrava, quando não trabalhava nos serviços braçais ao lado dos homens, dedicava-se aos serviços domésticos, na casa dos seus patrões, além de ocupar-se, muitas vezes, com a tarefa de ser mãe de leite, tendo que amamentar o filho alheio. Além disso, sua imagem sempre esteve vinculada como objeto sexual satisfazendo os desejos dos homens brancos.Hoje, em relação ao trabalho, realizam serviços precários e estão presentes na maioria das cozinhas dos lares brasileiros servindo as famílias brancas e ricas.

Nesse sentido,sua situação é marcada por um contexto histórico de exploração sexual, emprego desvalorizado, violência, falta de acesso à saúde e educação. A comprovação feita através de pesquisas realizadas nos últimos anos, nos mostra que a mulher negra apresenta menor nível de escolaridade, trabalha mais, porém com rendimento menor, e continua em último lugar na escala social.

Contudo, apesar de todos os indicadores sociais, tendo em vistatodo o processo de desigualdade e discriminação envolvendo as mulheres negras e sabendo ainda que a questão de gênero por si sóapresenta dificuldade, porém, somada a da raça, significa que ainda é maior, algumas mulheresconseguiram romper as barreiras,vencendo as adversidades, criando estratégicas no alcance da suaascensão social.

REFERÊNCIAS
Disponível em http://www.espacoacademico.com.br/022/22csilva.htm.acessado em 27 de junho de 2014.

Movimentos Negros

Por Martha Miranda dos Santos
Quinta-feira,  19 de junho de 2014

Em 1888,aconteceu à proclamação da Republica no Brasil, um ano após a abolição da escravatura. O novo sistema político, não assegurou ganhos materiais à população negra, sendo um período marcado pelo preconceito racial, principalmente pelo mercado de trabalho e outros espaços como; clubes, festas, cinemas, hotéis, restaurantes, estabelecimentos comerciais e religiosos, além de escolas, ruas, praças publicas e outros.

Como forma de reverter esse quadro discriminatório, os liberto safro-brasileiros, instituíram os movimentos de mobilização racial negra no Brasil, criando espaços próprios de sociabilidade e também de luta contra o racismo, tais como;Clube 28 de setembro (1897), Clube 13 de maio dos Homens Pretos (1902), O Centro Literário dos Homens de Cor (1903), A Sociedade Propugnadora 13 de Maio (1906), O Centro Cultural Henrique Dias (1908), Sociedade União Cívica dos Homens de Cor (1915), A Associação Protetora dos Brasileiros Pretos (1917).

Com a criação de várias entidades,simultaneamente, apareceu à imprensa negra, a qual esses jornais enfocavam as mais diversas mazelas que afetavam a população negra no âmbito do trabalho, da habitação, da educação e da saúde, tornando-se uma tribuna privilegiada para se pensar em soluções concretas para o problema do racismo na sociedade brasileira.

Na década de 1930, o movimento negro deu um salto qualitativo, com a fundação,da Frente Negra Brasileira (FNB) com reivindicações políticas mais deliberadas Na primeira metade do século XX, ela foi a mais importante entidade negra do país e chegou a superar os 20 mil associados. A entidade desenvolveu um considerável nível de organização, mantendo escola, grupo musical e teatral, time de futebol, departamento jurídico, além de oferecer serviço médico e odontológico, cursos de formação política, de artes e ofícios, assim como publicar um jornal, A Voz da Raça.

Em 1945, surgiu o Teatro Experimental do Negro (TEN), fundado por Abdias do Nascimento. Ele foi um ativista do movimento negro, deputado, secretário estadual e senador, além de ator e escultor. Produziu obras para evidenciar o combate à discriminação racial. Abdias estabeleceu o dia 20 de novembro como data oficial da Consciência Negra.

Na década de 1960 e 1970 houve alterações nos quadros políticos, culturais, comportamentais e isso passou a fazer parte do mundo, e no Brasil vivíamos o período ditatorial. Neste momento surgiram grupos de dança, musica e teatro, sem contar a influencia da cultura dos negros americanos como o Soul Music, Black Power, artistas como; James Brow, Bob Marleye ativistas; Martin Luther King, Ângela Davis, Malcolm X, Nelson Mandela, tiveram grande influencia e contribuíram de alguma forma nesse processo, repensando valores e identidade da população negra brasileira.

Por meio dessas manifestações, os negros se organizaram e fundamentaram suas ideias criando em 1978 o Movimento Negro Unificado (MNU) e em 1988, o GELEDÉS, movimento que combatia a desvalorização das mulheres negras e o racismo.

Nesse sentido, com as lutas constantes, o Estado Democrático através da Constituição de 1988, estabelece a igualdade e o combate ao racismo.

Em 1995,na Marcha Zumbi dos Palmares, milhares de negros/as seguiram para a Brasília, em protesto e reivindicação contra o racismo, pela Cidadania e a Vida. Exigindo o fim do racismo e a ação urgente do Estado contra as desigualdades raciais e pela melhoria das condições de vida da população negra. Essa ação resultou na criação do Grupo de Trabalho Interministerial para a Valorização da População Negra, através do decreto s/nº de 20 de novembro de 1995.

Em 1996, várias propostas para defesa da população negra foram inseridas no Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) e deram oportunidades para que assuntos relacionados à educação, ações afirmativas e órgãos direcionados aos negros fossem criados.

No ano de 2001, na III Conferência Mundial Contra o Racismo, na África do Sul, o governo brasileiro se comprometeu em implantar o sistema de Cotas raciais. Os debates frequentes com relação à desigualdade racial giraram em torno das políticas afirmativas que tem como objetivo corrigir as desigualdades sociais, raciais e econômicas realizadas no passado ou no presente.

Em 21 de março 2003, foi criada a Secretaria Especial de Política de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR), que nasce do reconhecimento das lutas históricas do Movimento Negro brasileiro. Nesta data é comemorado o Dia Internacional pela Eliminação Racial instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU). 
Como base nessas conquistas, hoje por meio das políticas afirmativas temos; Programa de Bolsas de Estudo; Inclusão de negros ou grupos discriminados em empregos ou escolas/universidades (por meio de cotas, metas, bônus, financiamentos, etc.), prioridade para empréstimos;distribuição de terras e moradias.

As leis e estatutos baseados nas ações afirmativas para afro-brasileiro são:
·         Lei 10.639/93 -fala sobre a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira em instituições de nível fundamental e médio;
·         Lei 12.288/10 - institui o Estatuto da Igualdade Racial;
·         Lei 12.711/12 - com cotas para entrada de negros nas universidades.
  
REFERÊNCIA 
Disponível em: http://www.criola.org.br/pdfs/publicacoes/Boletim_toques/2005-MarchaZumbi.pdf acessado em 13 de junho de 2014.
Disponível em: http://negros-no-brasil.info/mos/view/Movimento_Negro/, acessado em 13 de junho de 2014.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-77042007000200007, acessado em 13 de junho de 2014. 



segunda-feira, 14 de julho de 2014

O problema dos indígenas no México

Por Patrícia Veronesi Batista
Domingo, 8 de junho de 2014

AÇÕES REQUERIDAS PARA CONSTITUIR OU FORTALECER A NAÇÃO MEXICANA
Manuel Gamio, considerado por muitos o pai da antropologia mexicana, via na antropologia social recursos para construção da nacionalidade do México, país que naquele momento era formado por uma minoria considerada "moderna e civilizada", população branca que promovia o progresso, e uma maioria de indígenas, em que parte mostrava-se exclusivamente indígena e parte mostrava-se já influenciada pela "raça de origem europeia", mas que de forma geral, era identificada como a parcela passiva e subdesenvolvida do país.

Com base nestas considerações e em estudos históricos, etnográficos e estatísticos foram requeridas ações necessárias para a formação da nação mexicana, a citar: mestiçagem dos grupos étnicos heterogêneos, melhoria das comunicações e dos acessos a regiões isoladas, universalização da língua espanhola, evolução cultural na ciência, arte e religião e a diminuição da distância entre elite e a massa que desprovia de acesso ao consumo e a renda.

Gamio buscava com essas ações diminuir as diferenças evolutivas existentes entre os subgrupos que compunham a nação mexicana, entendia essa incorporação como fundamental para o sucesso nacional, pois representavam mais da metade da população mexicana, não podendo ser ignorados, mas sim aproveitados para o progresso do país e para seu próprio sentimento de pertença e identidade nacional.

A POLÍTICA INDIGENISTA DO ESTADO MEXICANO
Não é possível afirmar que a política indigenista do Estado mexicano respeitava e valorizava as culturas indígenas em suas especificidades e autonomias, pois tal movimento se consolidou mantendo as características de aculturação planejadas desde os primeiros anos revolucionários (anos de 1920) e conviveu com a contradição de exaltar as culturas e as artes dos índios do passado (já mortos) e ignorar sua ligação com os índios do presente (ainda vivos).

Vale ressaltar, que a política indigenista não via com bons olhos a valorização de identidades locais ou sentimentos que não fossem de pertença nacional. Desta forma, não era possível existir autonomia das culturas indígenas, via-se nessas iniciativas o risco de reproduzir a exclusão e as relações desiguais, contra as quais lutaram desde o princípio.

Desta forma, as ações praticadas pelo movimento indigenista tiveram sempre como propósito central desenvolver a mudança de cultura indígena para a cultura mestiça, a fim de resultar na integração à comunidade nacional e no desenvolvimento econômico e social das diversas regiões do país, progresso esse almejado pela cultura mestiça.

REFERÊNCIA

GIL, Antonio Carlos Amador. Raça, etnicidade, mestiçagem e indigenismo. O mestiço como símbolo nacional no México. In: NADER, Maria Beatriz. Gênero e Racismo: múltiplos olhares. Vitória : Edufes/Secadi/Ne@ad, 2014, p. 200-218. 

"Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma quando não na alma e no corpo, a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena ou do negro" (Gilberto Freyre, Casa grande e senzala)

Por Maria da Glória de Souza
Quinta-feira,  19 de junho de 2014

Presumo que a citação se relaciona com a influência que sofremos no passado e se perpetuou pelos dias atuais.  Muito dos nossos costumes tem origem ou sofreram influência indígena ou negra. O cuidado com o corpo, o vocabulário - herança da língua tupi, o gosto pelo milho, pelo caju, pelo aipim ou mandioca, os remédios caseiros feito de plantas e ervas, o gosto pela água, de se pentear, o cabelo brilhante pelo uso do óleo, são influências indígenas e a ternura, a religião, o jeito de falar, no canto que embala a criança, na comida – a famosa feijoada que não pode faltar na mesa dos brasileiros, o gosto pela música, as danças,tudo isso remete aos negros e principalmente, a facilidade de se conviver com a miséria. E ambos influenciaram na forma de trabalhar, de lidar com a terra, na pesca e na caça.

Em alguns Estados é perceptível a influência: na Bahia – onde o povo é alegre, festeiro, eloquente – remete-se ao negro e outros como o Piauí, a Paraíba e o Pernambuco – o povo é mais calado, influência indígena.

Mediante tudo isso, mesmo que a cor da pele ou o sobrenome designe outro povo, mesmo que não carregamos na alma, no corpo, mas o jeito, os gostos e as influências denunciam que temos traços que lembram negros ou índios, quiçá, os dois.


REFERÊNCIA
A cara do brasileiro –Superinteressante, disponível em: http://super.abril.com.br/cultura/cara-brasileiro-445905.shtml, acessado em 13 de junho de 2014.


terça-feira, 1 de julho de 2014

PLANO DE AÇÃO I


"SOU MULHER, TRABALHADORA RURAL, PRECISO VALER MEUS DIREITOS PREVIDENCIÁRIOS"

Por Martha Miranda Dos Santos

Sábado, 31 de maio de 2014

APRESENTAÇÃO
Historicamente, a lutas pela igualdade de gênero sempre foi permeadas por conflitos.  Sabemos que embora a mulher tenha conquistado verdadeiros avanços, ainda falta muito para que a igualdade entre homens e mulheres seja uma realidade no cotidiano. As desigualdades e diferenças de gênero são produzidas e reproduzidas dentro das relações sociais, tornando produtos dessa construção social. Na divisão sexual e social do trabalho foi associada ao feminino a responsabilização dos cuidados domésticos. No espaço do trabalho produtivo, a sociedade culturalmente modela e estabelece tipos de trabalho adequados para homens e mulheres, e muitas vezes, desvalorizando o potencial feminino. Nesse sentido, visando uma forma de superação desse modelo, torna-se necessário à intensificação da luta com ações estratégicas apropriadas, para enfrentamento e construção de um mundo com oportunidades mais igualitárias.

OBJETIVO
Promover palestra com as Mulheres Trabalhadoras Rurais, com intuito de socializar informações, orientando quando o seu direito previdenciário.
  
PUBLICO ALVO
Mulheres que trabalham na zona rural do município e que não conhecem os direitos previdenciários

JUSTIFICAVA
Santa Leopoldina foi um dos municípios mais importantes do processo de colonização do interior do Espírito Santo, a partir do início do século XIX. A principal ligação do interior com a Capital era feita pelo rio Santa Maria da Vitória, navegável até o mar, o que trouxe grande desenvolvimento para a região.

Na segunda metade do século, com a chegada dos imigrantes, o vilarejo ganhou enorme impulso. O porto fluvial passou a centralizar todo o comércio das mercadorias produzidas pelas famílias de imigrantes, inclusive de municípios vizinhos. Em 1860, o maior empório comercial e centro tropeiro do Espírito Santo foram visitados por D. Pedro II. O imperador navegou até Barra do Mangaraí, subindo em carro de boi até a localidade hoje conhecida como Tirol. Além disso, ele visitou Suíça, Luxemburgo e Jequitibá.

O município foi o primeiro a entrar na era rodoviária, com a inauguração, em 1918, da Rodovia Bernardino Monteiro, ligando a Santa Teresa. A partir de 1924, com a inauguração da estrada à capital, o porto fluvial foi sendo desativado. O conjunto arquitetônico no centro da cidade possui belos casarões de estilo europeu. Entre os imigrantes que se fixaram na região estão os alemães, italianos, luxemburgueses, belgas e pomeranos.

Na segunda metade do século XX, o município perdeu a importância econômica que tinha até os anos de 1930, quando os ônibus e caminhões substituíram canoas de transporte de cargas e passageiros. Além disso, as seguidas emancipações reduzirama expressão municipal que ocorreu ao longo dos tempos,causando impacto socioeconômico à região.

Hoje,o município é considerado um verdadeiro paraíso ecológico combelíssimas cachoeiras,que atraem milhares de turistas durante todos os anos. Como fonte de renda, a principal atividade econômica do município é agropecuária, comércio e serviços. Na agropecuária, a estrutura fundiária retrata o predomínio das pequenas propriedades, realizado em família, ou no regime de parcerias agrícolas.

Tendo em vista, que na agropecuária, desenvolvida em regime de economia familiar, a mulher exerce um papel fundamental, porém, sem ou quase nenhuma notoriedade, precisamos criar mecanismos de visibilidade com possibilidade de inclusão social. 

Dentro desse contexto, nas comunidades rurais, as atividades são organizadas com a participação do núcleo familiar, porém, sabemos que a divisão sexual do trabalho na agricultura familiar é fortemente adversa às mulheres. Ainda é atribuído a essasmulheres o papel de donas de casa, ajudantes dos maridos e não como sujeitos produtivos. A mulher trabalhadora rural ainda apresenta-se como uma mão-de-obra explorada no âmbito da produção da agricultura familiar, mesmo com todos os movimentos e lutas das mulheres no processo de reconhecimento de sua importância no processo produtivo. E muitas dessas mulheres têm uma rotina de trabalho muito dura, desenvolvendo atividades nos pequenos cultivos e no trato com animais, além do trabalho da casa, filhos e marido, No entanto, muitas continuam invisíveis, sem remuneração e nem acessam direitos já conquistados, ficandototalmente excluídas do processo. 

Nesse sentido, a mulher trabalhadora rural tem alguns direitos como, por exemplo; previdenciários sendo considerada uma segurada especial, podendo requerer auxilio doença, maternidade, pensão por morte e aposentadoria junto ao Instituto Nacional do Seguro Social-INSS, mas,como não tem contribuição mensal, sendo este destinado ao segurado obrigatório, torna-se necessário o ajuntamento de provas para a comprovação da atividade. Como essas mulheres não tem o reconhecimento do seu trabalho, muitas desconhecem todo processo de informação, sendo negado o direito de concessão, sua manutenção, perda e qualidade de segurada.

Considerando, que o Centro de Referência da Assistência Social-CRAS, localizada praticamente em quase todas as federações, e tem como objetivo trabalhar com famílias em situação de vulnerabilidade social, permeando a questão de Território, contribuindo com a promoção social dos sujeitos, realizará com apoio da municipalidade, juntamente com as instituições parceiras, uma ação comunitária com realização de palestras,a fim de que as informações sejam socializadas, e que essas mulheres trabalhadoras dos campos possam ser orientadas quanto aos seus direitos previdenciários.

DESCRIÇÃO DA AÇÃO
Primeiramente, os técnicos dos CRAS realizarão contato e articulação com as instituições parceiras para agendamento da reunião. No dia da reunião será feito planejamento para definição de horas, dias, mês, proposta do encontro, definição do numero de mulheres participantes, responsabilização da instituição parceira referente ao papel por cada etapa do evento, finalizando com agendamento para próxima reunião. Nessa reunião será realizado o mapeamento das comunidades rurais, definição do dia da confecção do convite contendo a proposta dos encontros, busca ativae agendamento para próxima reunião. Dia da confecção do convite. Dia da busca ativa com a comunidade para entrega dos convites, afim que ocorram à sensibilização para comparecimento dessas mulheres nos encontros agendados. Nos dias definidos serão realizadasas palestras, para que essas mulheres possam ser bem orientadas quando os seus direitos previdenciários e que possam acessar sem restrição.

CRONOGRAMA
A ação será realizada durante 04 meses
De julho a outubro de 2014

AÇÃO
QUEM
COMO
ONDE
QUANDO
Articulação com os órgãos parceiros
Equipe dos CRAS
Contato telefônico e visita técnica
 Sindicato
 Escola
  INSS
INCAPER
Julho
Planejamento
Equipe dos CRAS, sindicato, escola, INSS, INCAPER.
Reunião
CRAS
Julho
Mapeamento dos dados
Equipe CRAS, Sindicato, INCAPER
Reunião
Sindicato
Julho
Conteúdo e Confecção de convite
Equipe CRAS
Reunião
CRAS e gráfica
Agosto
Busca ativa
Equipe CRAS, Sindicato, INCAPER,
Visita técnica
Comunidade
Agosto
1º encontro                      
INSS
Palestra
Auditório da Escola
Setembro
2º encontro                      
INSS
Palestra
Auditório da Escola
Outubro

REFERÊNCIAS
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário. 13. ed. São Paulo: Conceito Editoral, 2011.
Disponível em: http://www.incaper.es.gov.br/institucional/downloads/santa_leopoldina.pdf, acessado em 27 de maio de 2014.
Disponível em: http://www.santaleopoldina.es.gov.br/ acessado em 28 de maio de 2014.

PLANO DE AÇÃO I


"ANEMIA FALCIFORME, BUSCANDO CONHECER PARA PREVENIR"

Por Maria da Glória de Souza
Sábado, 31 de maio de 2014

OBJETIVO
 Desenvolver estudo sobre sinais e sintomas da anemia falciforme e propagar entre os moradores.Fazer o encaminhamento ao serviço de saúde, após diagnóstico da doença, conforme cada necessidade.

JUSTIFICATIVA
A aplicação contínua da equidade e da universalidade em todos os processos e rotinas de trabalho são princípios que contribuem para amenizar as diferenças e desigualdades no âmbito da saúde e recorrer a ações que permitam compreender as diferentes necessidades e que disponibilizem soluções específicas ou dirigidas. Para agir com equidade é preciso conhecer as diferenças e as desigualdades existentes, e corrigir injustiças.

Como no município de Santa Leopoldina não existe política pública de saúde voltada para a população negra, entendendo a necessidade de ações que possam atender as necessidades desta população, valendo-se dos meios disponíveis e capazes de suprir em parte suas necessidades, no que diz respeito à saúde da população negra, identifica-se a necessidade de um processo contínuo de sensibilizaçãodo quilombola para o cuidado com sua saúde. Justificando-se assim uma ação voltada para a sensibilização e prevenção de doenças como a anemia falciforme. Pois a anemia falciforme é a doença genética mais co­mum do Brasil. É uma doença hereditária com maior prevalência na população negra. Atinge milhões de pessoas com índice alto de mortalidade.

DESCRIÇÃO DA AÇÃO
Reunião de planejamento com as equipes das Estratégias de Saúde da Família (agente comunitário de saúde – ACS, médico (a), enfermeiro (a) e com nutricionista;

Cadastramento de todos os quilombolas do Quilombo de Bom Retiro, por meio das ACS. Será feita uma visita aos domicílios e o cadastramento e, em seguida o munícipe será encaminhado ao/a médico (a) ou enfermeiro (a) responsável pela unidade de saúde para procedimentos e orientações necessárias;

Encaminhamento dos munícipes para acompanhamento com nutricionista, feito pela/o enfermeira (a) ou médica (o) responsável pela unidade de saúde;

Avaliação e monitoramento do estado nutricional, a ser realizado por nutricionista da Secretaria Municipal de Saúde de Santa Leopoldina, mediante exames laboratoriais;
Ação educativa no dia da consulta com nutricionista: palestras, debates e distribuição de material, informativo sobre anemia falciforme, disponibilizando assim informações sobre sinais e sintomas da anemia falciforme. E quando diagnosticado encaminhar ao serviço de referência para tratamento adequado.

CRONOGRAMA
Planejamento: 01/06 à 08/06/2014
Execução:
Visita e coleta na comunidade: 12/06/2014
Realização das análises: 13 a 20/06/2014
Divulgação dos resultados e comparativo: 21 a 27/06/2014
Elaboração do relatório final e divulgação no Blog: 30/06/2014

POPULAÇÃO BENEFICIADA
Habitantes da comunidade Quilombola de Retiro.